Januário, Conde de Caltagirone
Januário | |
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Príncipe das Duas Sicílias Conde de Caltagirone | |
Retrato de cerca de 1859. | |
Nascimento | 28 de fevereiro de 1857 |
Palácio Real de Caserta, Caserta, Duas Sicílias | |
Morte | 13 de agosto de 1867 (10 anos) |
Albano Laziale, Estados Papais | |
Sepultado em | Basílica de Santa Clara, Nápoles, Itália[1] |
Nome completo | Januário Maria Imaculada Luís |
Casa | Bourbon-Duas Sicílias |
Pai | Fernando II das Duas Sicílias |
Mãe | Maria Teresa da Áustria |
Religião | Catolicismo |
Januário Maria Imaculada Luís de Bourbon-Duas Sicílias (em italiano: Gennaro Maria Immacolata Luigi; Caserta, 28 de fevereiro de 1857 – Albano Laziale, 13 de agosto de 1867),[2][3][nota 1] foi um Príncipe das Duas Sicílias, Conde de Caltagirone, foi o décimo segundo e último filho do rei Fernando II das Duas Sicílias e de sua segunda esposa, a arquiduquesa Maria Teresa da Áustria.[5]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Januário nasceu no Palácio Real de Caserta, filho de Fernando II, penúltimo rei das Duas Sicílias, e de sua segunda esposa, a arquiduquesa Maria Teresa Isabel da Áustria. Aproveitando a data festiva, ele baixou um decreto que anistiava todos os presos políticos julgados ou em julgamento, restabelecia a suspensa Constituição de 1848, nomeava seu filho mais velho, o duque da Calábria, para o posto de major-general do reino e comunicava a reabertura do parlamento.[6][7] Em homenagem ao título recebido (Conde de Caltagirone), a comuna siciliana de mesmo nome presenteou o pequeno príncipe com uma relíquia de Santiago Maior, padroeiro da região.[7]
Fernando II era um exemplo de pai amoroso e atencioso e era comum cercar-se dos filhos em jogos e brincadeiras mesmo quando despachava em seu gabinete ou recebia embaixadores e políticos.[8] Embora contasse apenas 47 anos à época do nascimento de Januário, o rei já tinha a aparência de um homem de 60 e sua doença impediu que desse ao filho mais novo a atenção que dispensou aos demais.[9] Sua mãe não era popular na corte, onde tinha a fama de ser grosseira e arrogante, mas consta que era terna e protetora para com sua prole.[10]
O jovem príncipe não teve oportunidade de crescer na opulência da corte napolitana. Em 1860, já sob o reinado de seu irmão, o rei Francisco II, Nápoles foi invadida pela Expedição dos Mil de Giuseppe Garibaldi.[11] A família real fugiu para Gaeta, onde as tropas leais a Francisco II resistiram durante três meses às forças garibaldinas.[12] Finalmente derrotados e despojados de suas propriedades e riquezas, os Bourbons foram acolhidos pelo Papa Pio IX e passaram a residir no Palácio do Quirinal, em Roma.[13]
Em 1867, uma epidemia de cólera atingiu a cidade de Albano Laziale, nas Colinas Albanas, onde a rainha-mãe Maria Teresa costumava passar o verão.[14] Apesar dos esforços para preservar seus filhos da epidemia, Maria Luísa e Januário acabaram por contrair a doença.[10][15] Maria Teresa também contaminou-se durante o tratamento dos pequenos príncipes, morrendo no dia 8 de agosto de 1867.[10][16] Januário morreu cinco dias depois da mãe, em 13 de agosto.[15] Seu corpo foi inicialmente sepultado na Igreja de Santa Maria della Stella, em Albano Laziale. Posteriormente, em 1962, seus restos mortais foram transferidos para a cripta real da Basílica de Santa Clara, em Nápoles.[15][1]
Ancestrais
[editar | editar código-fonte]Notas
Referências
- ↑ a b «Bourbon-Two Sicilies». Royalty Guide (em inglês). Consultado em 19 de Maio de 2016
- ↑ «Kingdom of Naples». Almanach de Gotha (em inglês). Consultado em 19 de Maio de 2016
- ↑ Lundy, Darryl (10 de maio de 2003). «Gennaro di Borbone, Principe di Borbone delle Due Sicilie». The Peerage (em inglês). Consultado em 19 de Maio de 2016
- ↑ «I Borbone delle Due Sicilie». Libro d'Oro della Nobiltà Mediterranea (em italiano). Consultado em 19 de Maio de 2016
- ↑ Hochereau, Charles-Estienne (1879). Histoire de l'Académie royale des sciences avec les mémoires de mathématique et physique (em italiano). France: Académie royale des sciences. p. 8. Consultado em 19 de Maio de 2016
- ↑ De Cesare 1900, p. 215-216.
- ↑ a b Acton 1998, p. 409.
- ↑ De Cesare 1900, p. 198-199.
- ↑ De Cesare 1900, p. 191.
- ↑ a b c Ciferri, Elvio (2008). «Maria Teresa di Asburgo Lorena, regina delle Due Sicilie». Dizionario Biografico degli Italiani (em italiano). Consultado em 20 de Maio de 2016
- ↑ Riall 1997, p. 33.
- ↑ Musci 1861, p. 150.
- ↑ Acton 1998, p. 603.
- ↑ Benelli 2005, p. 40.
- ↑ a b c Benelli 2005, p. 41.
- ↑ Acton 1998, p. 609.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Acton, Harold (1998). Gli ultimi Borboni di Napoli (1825-1861) (em italiano). Florença: Giunti Editore. ISBN 978-8809212565
- Benelli, Bruno (2005). Colera. Cronaca di un evento (em italiano). Roma: Sovera Edizioni. ISBN 978-8881245888
- De Cesare, Raffaele (1900). La Fine di un Regno (Napoli i Sicilia) (em italiano). Parte I: Regno di Ferdinando II. Città di Castello: S. Lapi Tipografo-Editore
- Musci, Mauro (1861). Gaeta ed il Quirinale: ricordi contemporanei (em italiano). Bruxelas: M. et Ch. Soch
- Riall, Lucy (1997). Il Risorgimento: storia e interpretazioni (em italiano). Roma: Donzelli Editore. ISBN 88-7989-320-3